Sunday, November 21, 2010

Cofundadores do YouTube e MySpace procuram startups no Brasil

O auditório da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo, esteve apinhado de gente na tarde desta terça-feira. Na plateia, inúmeros empreendedores ou candidatos a empreendedores, entre outros convidados. Era fácil perceber que a imensa maioria era composta por jovens.

Eles estavam lá por uma razão muito simples: queriam ouvir o que investidores do Vale do Silício – a meca da tecnologia mundial – tinham a dizer aos brasileiros na Semana do Vale do Silício, evento realizado de hoje até o dia 12 e que também passará pelo Rio de Janeiro.

Para a plateia e para diversos profissionais do setor digital, é importante saber se esses rapazes – que ter os seus trintas e poucos anos -, responsáveis pela chave de cofres de investidores internacionais, estão dispostos a destinar recursos a projetos de tecnologia desenvolvidos no Brasil.

Afinal, enquanto as economias americana e europeia estão cambaleantes, a brasileira vai bem e o País se destaca entre os emergentes. Logo, despontamos como alvos preferenciais para investimentos de diversos setores, incluindo o de tecnologia.

Pesquisa in loco

A resposta é quase a mesma entre os visitantes ilustres – e destaque-se a palavra “ilustres”. Estamos falando, entre outros, de cofunfadores de empresas como YouTube, MySpace.

“Sim, estamos estudando investir em startups no Brasil. “E minha primeira vez no País, um mercado que se mostra muito bom para investimentos”, emenda de bate pronto Jawed Karim, cofundador do YouTube e sócio fundador do fundo de investimento de risco Youniversity Ventures, criado em parceria com investidores do PayPal.

“Claro, estamos explorando o mercado para identificar as melhores oportunidades”, diz Aber Whitcomb, ex-CTO e cofundador do MySpace.

Ele e Karim desligaram-se respectivamente de MySpace e YouTube há algum tempo e hoje buscam identificar oportunidades de investimentos em novas startups mundo afora.

Embora afirmem a disposição em investir, ambos tergiversam ao falar sobre os perfis dos projetos.

Whitcomb foi encarregado da engenharia e operações técnicas daquela que já foi a maior rede social do mundo. Ele se notabilizou como um especialista em redes, armazenamento e computação em grande escala.

Formado em Ciência da Computação, Karim, por sua vez, tem buscado até o momento oportunidades entre ex-alunos e alunos da Universidades de Stanford e Illinois.

Desafios

Outro que reforçou o discurso de exaltação ao mercado brasileiro de tecnologia é Paul Bragel, confundador da americana I/O Ventures, que investe em startups.

Também se dizendo em busca de oportunidades de negócios no País, Bragel destaca a possibilidade de parceria local. Um dos desafios para o mercado nacional, no entanto, é ampliar a massa de profissionais qualificados para o setor de tecnologia.

“Há engenheiros muitso bons aqui, mas geralmente eles são contratados por grandes bancos e outras companhias de porte. É preciso ampliar a capacidade de recursos humanos no País”, disse.

“Os negócios no Brasil estão animados, hás boas expectativas. O importante é fazer o que estamos fazendo: vir ao País, pesquisar o mercado, compartilhar experiências”, afirmou Bragel, que disse ter conhecido mais do mercado digital brasileiro depois da venda milionária do Buscapé para o Naspers.

Como eles vieram parar aqui

Os investidores estão no Brasil graças ao empenho de três brasileiros: o professor José Augusto Corrêa, da FGV; Rodrigo Veloso, CEO da O.N.E, que tem sede em Los Angeles; e Reinaldo Normand, fundador do Zeebo, startup criada originalmente como um console de videogame e hoje posicionado como uma “plataforma de entretenimento e educação adquirida pela Qualcomm.

Eles são sócios na BricChamber , empresa definida como uma “Câmara de negócios Brasil, Rússia, Índia e China – a referência ao Bric está no nome.

O maior objetivo da companhia é estimular o empreendedorismo em países emergentes. Para isso, propõe-se a promover intercâmbios de negócios e compartilhamento de experiências entre empreendedores dos mercados em desenvolvimento.

Sua atuação se dará em diversos setores da economia, como energia e bens de consumo. A área de tecnologia foi escolhida para dar a largada em função do bom trânsito que Normand tem entre as cabeças pensantes do Vale do Silício.

Fonte: idgnow

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