Monday, January 31, 2011

Em busca de ideias geniais

Ele ajudou a criar o PayPal e foi um dos fundadores do YouTube. Agora, tem uma empresa de venture capital, a YouUniversity. Aqui, Jawed Karim, 31 anos, conta como é conquistar — e viver — o sucesso

Marisa Adán Gil
LatinStock
Aos 16 anos, Jawed Karim criou um sistema de e-mails para a escola em que estudava, o St. Paul’s School, em Minnesota (EUA). Dois anos depois, montou o site do laboratório de bioquímica da Universidade de Minnesota, onde sua mãe trabalhava. Mais tarde, cursando a Universidade de Illinois, seria convidado para trabalhar na PayPal. Mas a carreira meteórica do rapaz de origem alemã e criado nos EUA estava apenas começando.

Após a venda da PayPal para o e-Bay, em 2002, ele decidiu empreender. Em uma troca de ideias com os amigos Chad Hurley e Steven Chen, teve uma ideia tão simples quanto genial: criar um site onde as pessoas pudessem compartilhar vídeos de todos os tipos e procedências. Coube a Hurley e Chen transformar o YouTube em um dos maiores fenômenos da internet — Karim, que ficou com uma participação minoritária, tinha outros planos: estudar ciência da computação em Stanford. A venda do YouTube para a Google, em 2006, por US$ 1,65 bilhão, pegou Karim de surpresa — mas, mesmo com um lote menor de ações, ele embolsou US$ 64 milhões.

Então, ele partiu para seu empreendimento mais pessoal: a empresa de venture capital YouUniversity Ventures, que investe em negócios virtuais. Em novembro, Karim participou do evento “Silicon Valley — What’s Your Innovation”, organizado pelo Centro de Empreendedorismo da FGV-EAESP e pelo Fórum de Inovação, com patrocínio da Bric Chamber, e deu a seguinte entrevista a Pequenas Empresas & Grandes Negócios:

De onde vêm as boas ideias?
As melhores ideias de negócios vêm de uma necessidade pessoal. É algo em que se está muito interessado, ou mesmo apaixonado. Foi o que aconteceu no caso do YouTube. Eu estava no computador, tentando encontrar vídeos de dois acontecimentos marcantes de 2004. Um era a apresentação da Janet Jackson no show do Super Bowl, quando ela ficou com o seio de fora. O outro era o tsunami na Ásia. Descobri que era bem difícil achar essas imagens. Daí eu e meus colegas pensamos: e se criássemos um site onde as pessoas pudessem compartilhar vídeos? Foi assim que tudo começou.

Depois de criar o YouTube, você decidiu deixar seu cargo na empresa e voltar à faculdade. Por quê?
Eu não deixei a empresa totalmente, já que passei a atuar como consultor. Mas eu queria mesmo é estudar. Me vejo como alguém que gosta de trafegar em vários campos. Não sinto necessidade de ficar preso a uma empresa.

Como é ser jovem, bem-sucedido e milionário?
O melhor de ser milionário é que isso te dá mais exposição. Você tem acesso fácil e rápido a um grande número de pessoas, já que seu talento para empreender está comprovado. Mas existe uma armadilha aí, algo comum entre os jovens empresários do Vale do Silício. O empreendedor cria um negócio de sucesso, vende por alguns milhões de dólares, e daí vem a pergunta: e agora? A pressão para que ele continue empreendendo é grande. Só que, se a empresa seguinte não for maior do que a primeira, ele vai ser considerado um fracasso. E isso é uma grande injustiça. Essa é uma das razões por que não me vejo abrindo uma companhia depois da outra. Não quero essa responsabilidade para mim.

Por que você decidiu fundar o YouUniversity Ventures?
Para mim, é gratificante conviver com jovens empreendedores. Nosso trabalho no YouUniversity é proporcionar ajuda financeira e consultoria a startups no universo virtual. Até agora, já trabalhamos com 15 empresas. Uma delas é a AirBnB: usando o site, você pode se hospedar na casa de moradores de outros paí­ses. Outra é a Futureadvisor, que dá dicas de investimento a longo prazo.

Como você escolhe as empresas que vai financiar?
A decisão tem muito a ver com marketing. Avaliamos se há mercado para o produto ou serviço que está sendo oferecido. Também presto atenção nos sócios da empresa. Que tipo de pessoas são? Eles têm experiência? São criativos? Considero importante que a empresa tenha um produto ou serviço bem definido, e não apenas um plano de negócios. Alguns empreendedores me apresentam planos de 20 páginas, com previsões de faturamento para os próximos dez anos. Isso não faz sentido. Ninguém sabe o que vai acontecer nos próximos dez anos!

Que conselho você daria para quem está abrindo um negócio virtual? Você precisa ter certeza de que o que está oferecendo será valioso para as pessoas. Elas vão economizar com o seu produto? Vão ganhar tempo ou dinheiro? Vão se tornar mais produtivas? Se o seu produto ou serviço não for útil o bastante, os consumidores não vão se dispor a pagar por ele. O foco deve ser sempre o público, e não a última novidade hi-tech. Estar atento às inovações tecnológicas é importante, mas não é o que deve determinar os caminhos do seu negócio. O importante é ter uma boa ideia. E isso qualquer um pode fazer.

Você já declarou que empreendedores deveriam aprender a falhar mais e planejar menos. Por quê?
Antes do YouTube, eu abri três empresas diferentes, e todas elas fracassaram. Mas, a cada fracasso, eu ia aprendendo novas lições, e assim fui me tornando um empreendedor mais preparado. Para ser empreendedor, é preciso ter um apetite pelo risco, ter coragem de tentar várias coisas diferentes, até achar o caminho certo.

JAWED KARIM
QUEM É: Formado em ciência da computação por Stanford, participou das fases iniciais do PayPal e foi um dos fundadores do YouTube
O QUE FAZ: Depois que o YouTube foi vendido para a Google, em 2006, ficou milionário e montou a YouUniversity, empresa de venture capital que investe em negócios virtuais
www.youniversityventures.com
Fonte: PEGN

“Baixei a bola”

O publicitário Nizan Guanaes, 52 anos, eleito pelo Financial Times um dos cinco brasileiros mais influentes, diz o que aprendeu em sua vida empreendedora

por Marisa Adán Gil
Edu Lopes
As origens – “Nada caiu do céu, nem para mim nem para minha família. Meus pais moravam na casa de meu avô, que era humilde. Mas todos tinham educação. Eu pautei minha vida por isso: correr atrás. Foi assim que trabalhei com os principais nomes da publicidade, como Duda Mendonça, Roberto Medina e Washington Olivetto.”

O primeiro negócio – “Em 1989, procurei o banco Icatu. Era o momento de eu sair da minha zona de conforto e montar minha própria empresa. Tomei um financiamento de US$ 700 mil e eles puseram US$ 300 mil de capital semente. Só que o plano Collor levou todo o nosso dinheiro. Fizemos o que toda pequena e média tem de fazer: cortar custos, trabalhar mais.”

Revisão de valores – “Em 1997 e 1998, fomos eleitos a agência do ano em Cannes. A marca era enorme e estava na hora: vendi por US$ 11 milhões na época. Fui montar o IG. Uma boa ideia, mas não era para mim. É um erro achar que, só porque você teve algum sucesso, poderá se dar bem em qualquer coisa. Aquele foi o momento de eu baixar a bola. Eu não sou bom em tudo.”

Aprendizado – “Trabalhei com grandes empreendedores e vi como eles planejavam detalhadamente as coisas. Aprendi muito sobre gestão. Então, começou a tomar forma o sonho de fazer um conglomerado brasileiro. Hoje, somos um dos 20 maiores grupos de comunicação publicitária do mundo.”

Realidade empreendedora – “As gigantes nascem em portinhas. Eu comecei em um quarto de hotel, não em um superescritório. Ralando. Quem está pensando em montar seu próprio negócio e ter sábado e domingo, esqueça. O dono do próprio negócio não tem horário; ganha mal, porque é seu próprio patrão; e tem que trabalhar muito. Mas esta é a vida.”
GRUPO ABC
O que é : A holding reúne 18 empresas na área de comunicação
O que oferece: Trabalha com publicidade, serviços de marketing, conteúdo e entretenimento
Estrutura: 144 clientes e 1.600 colaboradores
Faturamento: R$ 610 milhões (previsão para 2010)

Mike Krieger: “Novas tecnologias abrem oportunidades”

O brasileiro que criou o serviço de fotos Instagram conta como é lançar uma empresa na Califórnia
BRUNO FERRARI
Há uma febre entre os donos de iPhones e iPods no mundo. É o Instagram, uma rede social que permite compartilhar as fotos com os amigos. Ele vem ganhando mais de 100 mil novos usuários por semana. É alvo de especulações entre os investidores. Segundo o site de tecnologia americano Cnet, o grupo de investimento Sequoia, um dos mais poderosos dos Estados Unidos, estaria preparando um aporte de US$ 20 milhões. O criador do Instagram é o brasileiro Mike Krieger. Ele saiu de São Paulo em 2004 para estudar na respeitada Universidade Stanford, na Califórnia. Em entrevista a ÉPOCA, Krieger conta como aprendeu a ser um empreendedor digital nos EUA e de onde teve a ideia de montar sua empresa.
                                           ENTREVISTA - MIKE KRIEGER 
   Divulgação
QUEM É Michel Mike Krieger, de 24 anos, empreendedor brasileiro formado pela Universidade Stanford, na Califórnia

O QUE FEZ 
Criou o Instagram, um aplicativo que se tornou febre entre usuários do iPhone

COMO FUNCIONA 
O programa é gratuito e pode ser baixado na App Store. É uma rede social. Você tira fotos, adiciona filtros artísticos e compartilha com seus amigos. Eles podem curtir e comentar
ÉPOCA Você é brasileiro. Por que se chama Mike? 
Mike Krieger – Eu me chamo Michel. Quando mudei para os Estados Unidos, percebi que a pronúncia do meu nome em inglês era muito próxima de Michelle, que é feminino. Acabei adotando o apelido Mike.

ÉPOCA Como era sua vida no Brasil? 
Krieger – Nasci em São Paulo e passei boa parte da minha vida na região de Alphaville (condomínio de classe alta) . Por causa do trabalho do meu pai, vivi em Portugal, nos Estados Unidos e na Argentina. Foram experiências importantes, pois tive uma perspectiva abrangente do mundo e acabei desenvolvendo uma capacidade de adaptação rápida a lugares novos. Em 2004, comecei os estudos na Universidade Stanford. Escolhi estudar na Califórnia porque acho que é o Estado americano onde as pessoas são mais parecidas com os brasileiros.

ÉPOCA Como você virou um empreendedor? 
Krieger – Sempre me interessei por tecnologia. Fuçava no computador, até criava aplicativos simples. A ideia de ser um empreendedor começou quando me mudei para Stanford. Muitas pessoas da minha idade estavam trabalhando para lançar “o próximo Google”. Quando estava no 3º ano da faculdade, fiz parte de um programa de empreendedorismo em que 12 alunos escolhem uma empresa novata de internet para trabalhar. Fui para o Meebo (um serviço de chats na internet) . Foi nesse programa que conheci o Kevin (Systrom) , meu sócio atual. Tive amigos no primeiro ano na faculdade que saíram para trabalhar no Facebook, que na época só tinha usuários em faculdades americanas. Agora eles lideram equipes.

ÉPOCA E como era a vida em Stanford? 
Krieger – É um lugar bem especial, por sua localização bem no meio do Vale do Silício. Vi palestras de empreendedores, designers e outros que foram muito inspiradoras. Eu me formei em symbolic systems (sistemas simbólicos) , uma especialização que só existe em Stanford. Esse curso é dividido entre ciência de computação, design, psicologia e filosofia. Para mim foi perfeito. Por mais que eu goste de programação, acho importante ter uma perspectiva além do software. Uma diferença importante em relação às faculdades brasileiras é que, em Stanford, todos os alunos moram no campus durante os quatro anos. Isso acaba criando oportunidades para que os alunos convivam intensamente com pessoas com interesses parecidos. Isso os leva a criar projetos e até empresas juntos. O exemplo mais recente é Mark Zuckerberg, criador do Facebook. Ele conheceu seus sócios no dormitório da faculdade.

ÉPOCA Quais foram os primeiros passos da empresa? 
Krieger – Estava trabalhando na Meebo quando Kevin me convidou para a empresa que ele tinha acabado de fundar. Ele estava trabalhando num software chamado Burbn. Nele, os usuários podiam postar fotos e vídeos das várias experiências deles no mundo e associá-las a determinado local pelo GPS do celular. Depois de muitas discussões, decidimos reduzir o número de recursos do produto. Nunca vou esquecer o dia em que eu e Kevin sentamos numa sala de reunião, comparamos as alternativas e resolvemos focar nossos esforços em fotos. A decisão foi dificílima, pois já tínhamos trabalhado bastante nos outros recursos do Burbn, mas acredito que a decisão foi correta. Foi assim que começou o Instagram.

ÉPOCA Quanto tempo o Instagram levou para começar a operar? 
Krieger – Foram dois meses desde o dia em que decidimos criar o aplicativo até o dia do lançamento. Com esse tempo, extremamente limitado, não pudemos adicionar recursos supérfluos. Contamos com um grupo de usuários que testou previamente o Instagram. Isso foi importante. Quando o programa começou a funcionar, já tínhamos bastante conteúdo postado. O principal desafio foi priorizar as funções. Eu e Kevin trabalhamos sozinhos na versão inicial. Fiz a maior parte dos aplicativos para iPhone, enquanto ele trabalhava na infraestrutura por trás do programa.

“A coisa mais importante numa nova empresa é lançar o produto rapidamente. Não adianta ficar criando um software que faz tudo”

ÉPOCA Vocês imaginavam um sucesso tão grande? 
Krieger – Os primeiros usuários se empolgaram bastante com o programa, então tínhamos boas expectativas. Mas não imaginávamos que fosse um sucesso tão grande nos primeiros meses. Em dezembro, alcançamos 1 milhão de usuários e continuamos adicionando mais de 100 mil novos usuários por semana. Juntos, eles postam entre três e quatro fotos por segundo. No início, foram os blogs de tecnologia que escreveram artigos sobre o Instagram. Mas, nas últimas semanas, saíram artigos nos jornais The New York Times e San Francisco Chronicle, o que demonstra que estamos atingindo um público mais geral.

ÉPOCA O programa é gratuito. Como vocês ganham dinheiro? 
Krieger – Temos muitas ideias sobre como ganhar dinheiro, mas elas realmente só funcionarão quando tivermos um número de usuários maior. Por enquanto, somos apenas quatro pessoas na empresa e levantamos um financiamento inicial de US$ 500 mil no começo do ano passado.

ÉPOCA Há previsão para que o Instagram chegue a outros sistemas de celulares, como o Android, do Google? 
Krieger – Vamos lançar nos próximos meses uma API (código que permite que desenvolvedores criem serviços que interajam com o programa original) para atingir outras plataformas. Também lançaremos a versão do Instagram parasmartphones com Android. Mas antes precisaremos expandir nossa equipe.

ÉPOCA O que você diria para quem pretende se tornar um empreendedor? 
Krieger – Um conselho que eu e Kevin gostamos de compartilhar com as pessoas que querem saber o segredo do nosso sucesso inicial é que a coisa mais importante numa empresa nova é lançar o produto mais rapidamente possível. Não adianta ficar discutindo ideias e construindo um superprograma que faz tudo. Todo mundo está ocupado demais para conhecer seu aplicativo novo e ouvir sobre seus mil recursos. Para nós, o objetivo era que o usuário tirasse sua primeira foto e, dentro de segundos, brincasse com os efeitos especiais. É interessante olhar a lista de ideias que a gente tinha para depois do lançamento. Muitas foram descartadas, pois a comunidade nos surpreendeu com o uso de nosso programa.

ÉPOCA Todos apostavam que um serviço de fotos para smartphones seria criado pelo Flickr, o site de fotos mais popular da internet. Você acha que eles perderam uma boa oportunidade? 
Krieger – Eu adoro o Flickr. Para mim, eles foram uma das melhores comunidades do “Web 2.0”. Mas acho que foi difícil eles continuarem a fazer desenvolvimento e inovação em velocidade dentro da Yahoo!. Tiveram de se adaptar à cultura e aos sistemas deles. Muitas vezes, quando os usuários mudam de uma plataforma principal para outra (nesse caso, da internet para os smartphones) , aparece uma oportunidade para estreantes. Eles criam um aplicativo que entende bem asoportunidades e acabam surpreendendo as empresas existentes. Por isso, acho que os próximos anos vão ser bem interessantes na área de smartphones.

ÉPOCA  Como você se imagina daqui a alguns anos? Pretende vender a empresa? Você quer se tornar uma celebridade da internet, como Zuckerberg? 
Krieger – Imagino que o Instagram seja a primeira de várias oportunidades. Eu me imagino, daqui a alguns anos, fundando uma nova empresa. Também adoraria ajudar novos empreendedores, principalmente no Brasil, a montar suas empresas. Mas, por enquanto, o Instagram é um emprego de 25 horas por dia.

Fonte: Época

Tuesday, January 25, 2011

Google compra serviço de recomendação de filmes

Serviço permite filtrar opiniões de filmes dos seguidores no Twitter. Foto: Reprodução
Serviço permite filtrar opiniões de filmes dos seguidores no Twitter
Foto: Reprodução

O Google deve fechar ainda nesta semana a compra do Fflick, uma rede social que usa o Twitter para recomendar filmes, por US$ 10 milhões, informou o site TechCrunch. O serviço usa o microblog para filtrar a opinião dos contatos sobre determinado filme ou sobre o que está sendo comentado por ele em toda a rede.
O serviço é utilizado hoje somente para buscar opiniões sobre filmes no Twitter, mas pode ser expandido para outros temas e para outras redes sociais, segundo o site The Huffington Post. O Fflick não é o primeiro serviço que utiliza o Twitter para buscar opiniões. Um serviço similar, o Summize, que reúne opiniões sobre livros e filmes, foi adquirido pelo Twitter em 2008 por US$ 15 milhões, para aumentar o poder de busca da rede social.
Fonte:Terra

Campus Party reúne nerds e geeks em seminários com principais nomes da tecnologia

O Espaço Aberto Ciência e Tecnologia desta segunda-feira (24) falou sobre a Campus Party, o maior evento de inovação e criatividade digital do mundo. É uma meca de geeks e nerds, capaz de atrair visitantes de todas as partes do mundo para participar de oficinas e seminários com os principais nomes da tecnologia, como o inventor da Web, Sir Tim Berners-Lee, ou um dos principais nomes por trás do Linux, John ‘Maddog’ Hall.


Google copiou Java ao desenvolver Android, afirma especialista

Descoberta pode prejudicar a defesa da Google diante das acusações da Oracle de que a companhia teria infringido as patentes do Java.

Um especialista em propriedade intelectual descobriu 43 casos em que, supostamente, a Google teria copiado o código Java sem permissão e utilizado em versões recentes da plataforma Android.
A descoberta pode prejudicar a defesa da Google diante das acusações da Oracle de que a gigante de buscas teria infringido as patentes do Java e outros materiais de sua propriedade.
"Tal descoberta pode ser muito proveitosa para a Oracle. Já para a Google, pode ser algo terrível”, escreveu Florian Mueller, que tem acompanhado a disputa de perto e examinado minuciosamente o código do Android.
Segundo Mueller, que é fundador do movimentoNoSoftwarePatents, foram encontrados seis arquivos, entre eles um citado pela Oracle, por ser idêntico a arquivos Java. Todos foram encontrados no Android 2.2, chamado de Froyo, e Android 2.3, chamado de Gingerbread.
Outros 37 arquivos foram localizados no código do Android identificados com um aviso de que o código era de propriedade da Sun Microsystems, que foi adquirida pela Oracle no ano passado.
Embora existam pequenas diferenças entre o material usado pela Google e o Java original, Mueller constatou que as diferenças surgiriam por causa do descompilador utilizado no exame. Ao usar o aplicativo JAD e descompilar sete diferentes arquivos Java, ele descobriu que o resultado foi quase idêntico aos arquivos encontrados no Android.
A Google ainda não se pronunciou sobre os comentário de Mueller. 
Oracle x Android
Em agosto, a Oracle entrou com uma ação contra a Google, alegando que o sistema operacional Android violava os direitos autorais do Java, de sua propriedade após adquirir a Sun. Na época, a gigante de buscas declarou que o processo não tinha nenhum fundamento e negou a infração.

Se for comprovado que a Google infringiu a patente do Java, ela poderia ser obrigada a pagar uma taxa de licenciamento a Oracle por cada aparelho fabricado rodando a plataforma móvel. Uma alternativa seria repassar esse custo para as fabricantes, mas isso poderia tornar o sistema menos atrativo.
O Android, que cresceu em popularidade desde o ano passado, está sob ataque de muitas empresas. Outros processos relacionados com a plataforma incluem Apple contra HTC, a Microsoft contra a Motorola, e Gemalto contra Google, Motorola, HTC e Samsung.
(Nancy Gohring)
Fonte: IDGnow

Compras coletivas: Magote estreia e diz que vai faturar US$ 1 milhão em 2011

Aberto em dezembro, portal é mais um dentre os mais de 200 no País; operação começa em São Paulo e chega em março ao Rio de Janeiro.

O número de sites de compras coletivas não para de crescer - há pelo menos 247 em operação na Internet brasileira. Em dezembro, mais um concorrente foi aberto: o Magote, que surge com altas expectativas, já que pretende faturar 1 milhão de dólares já em seu primeiro ano de funcionamento.

“A ideia não é somente vender produtos, mas fixar a marca do cliente fechando uma série de promoções”, conta Márcio Pascal, diretor executivo do portal. O serviço contará com investimento de 500 mil reais em 2011, com o objetivo de conseguir 1 milhão de cadastrados ao fim do período.

Parte do otimismo baseia-se no crescimento do comércio eletrônico no Brasil. Em 2010, o setor arrecadou 10,7 bilhões de reais e a estimativa para este ano é de 14 bilhões.

Atualmente, o Magote só está presente na cidade de São Paulo, mas, até março, o Rio de Janeiro também deverá ser contemplado. Depois, a intenção é chegar a Belo Horizonte, Salvador, Curitiba, Porto Alegre, Cuiabá e Recife, afirma o site.

Fonte: IDGnow

Cibercriminosos não focam mais apenas o Windows


Gustavo Molina/SXC.hu
Hacker
Ataques spam sofreram uma queda em países que estão em desenvolvimento. Smartphones são alvos de invasões em transações financeiras
São Paulo – Um estudo anual divulgado pela Cisco aponta que os cibercriminosos mudaram seu foco ao “abandonar” o Windows como plataforma comum de ataques e visam outros sistemas e dispositivos.
O Relatório Anual de Segurança de 2010 da Cisco também revelou que ano passado foi o primeiro da história da internet a ter o número de mensagens spam reduzido.


O motivo apontado pela empresa seria o fato dos criminosos preferirem golpes melhores remunerados, como a transferência online de dinheiro, e em plataformas largamente utilizadas hoje e que ainda não possuem tanta proteção, como os smartphones.



Isto ocorre devido às mudanças nos sistemas operacionais promovidas pelos seus fabricantes, tornando os programas menos vulneráveis e mais seguros. E isto dificulta a ação dos criminosos, que optam por golpes mais fáceis.



E os smartphones e aplicativos desenvolvidos para este formato são ultimamente os mais procurados pelos criminosos para disseminar seus golpes.



Em 2010 os ataques spam sofreram uma queda, principalmente nos países em desenvolvimento. No Brasil, de 2009 para 2010, houve uma queda de 47,5% no envio e recebimento de mensagens spam.



De acordo com o relatório, a queda de botnets como Waledac e Pushdo/Cutwail e os ISPs, restringiram a circulação de e-mails maliciosos nas redes banda larga.



Para não perder o lucro anual gerado pelos ataques, criminosos optam por golpes mais elaborados e que tem como foco dados bancários e financeiros, ou que explorem as “fraquezas” dos usuários.



Entre os assuntos e sentimentos mais explorados pelos criminosos para a criação de novos golpes estão os de apelo sexual, crenças, vaidade, confiança, ociosidade, compaixão e urgência.



Os criminosos também recrutam laranjas para abrirem contas em bancos, para que auxiliem a retirada ou lavagem de dinheiro. E segundo a Cisco, esta será a principal estratégia dos cibercriminosos em 2011.

Google prepara seu próprio serviço de compras coletivas

Getty Images
Google logo
Empresa confirma projeto, que ainda está em fase de teste
São Paulo – Os planos do Google de entrar no mercado de compras coletivas parece não terem sido frustrados com a negativa do Groupon a uma oferta de aquisição no ano passado. Agora, a gigante de buscas está preparando seu próprio serviço de ofertas, segundo noticia nesta sexta-feira (21) o site Mashable.
Documentos que teriam vazado de dentro da própria empresa revelam o projeto, chamado de Google Offers. Conforme a descrição, o serviço funcionará de forma bastante semelhante ao modelo do Groupon, adotado por sites brasileiros como o Peixe Urbano. “O Google Offers é um novo produto para ajudar potenciais consumidores e a clientela a encontrar grandes negócios em suas áreas por meio de um e-mail diário”, diz o documento.
Segundo apurou o Mashable, o Google Offers utilizará o sistema de processamento de pagamentos online Google Checkout. Opções de compartilhamento por Facebook, Twitter, Google Reader, Google Buzz e e-mail também aparecem na tela que ilustra o documento interno da empresa.
Procurada pelo site, a companhia confirmou o desenvolvimento do serviço de compras coletivas. “O Google está entrando em contato com pequenas empresas para buscar o apoio e participação delas em um teste de um programa de ofertas/vouchers pré-pago. Essa iniciativa é parte de um esforço contínuo do Google em fazer novos produtos, como o recente Offer Ads beta, que conecta empresários com consumidores de maneiras novas. Nós não temos mais detalhes para compartilhar por enquanto, mas manteremos vocês informados”, diz o texto enviado pela empresa ao Mashable.

Sunday, January 23, 2011

Conheça o homem que está no lugar de Steve Jobs

Ainda como CCO da Apple, Tim Cook participou do anúncio do iPhone pela operadora Verizon, em janeiro deste ano. Foto: AFP
Ainda como CCO da Apple, Tim Cook participou do anúncio do iPhone pela operadora Verizon, em janeiro deste ano
Foto: AFP

Não é a primeira vez que Timothy D. Cook, diretor de operações, fica à frente na Apple: foi ele quem tocou o barco em 2004, por dois meses, quando o capitão passou por uma cirurgia. Depois, por vários meses em 2009, quando Steve Jobs fez um transplante de fígado, e com muito sucesso: após uma queda inicial, quando a saída de Jobs se tornou pública, em seis meses as ações da companhia subiram cerca de 70%, lembra a BBC. Tim Cook chegou a receber um bônus de US$ 5 milhões pelo "desempenho excepcional" durante este segundo período.
Novamente - e nesta terceira vez não se sabe por quanto tempo - ele será o cabeça da Apple. Analistas e estudiosos do setor de tecnologia consideram que ele tem capacidade de sobra para isso, como Michael Gartenberg, do Gartner, para quem Cook pode "manejar a companhia de forma bastante efetiva".
Aos 49 anos, Tim Cook tem fama de reservado e é um "viciado em trabalho que, além da Apple, se interessa por ciclismo, estar ao ar livre e o time de futebol americano de Auburn", diz a revista Forbes. Nascido no Alabama em novembro de 1960, formou-se engenheiro na Universidade Auburn e tem MBA pela Universidade Duke. Segundo a Wikipedia, ele começa o dia mandando emails às 4h30, e costuma fazer reuniões por telefone, no domingo à noite, para 'preparar a semana'.
Ele gosta que a companhia funcione perfeitamente e é seu trabalho manter os números financeiros positivos, os ganhos elevados e os custos baixos. Ele é conhecido também por dividir com Jobs um estilo de liderança que revisa, questiona e autoriza cada detalhe do trabalho. Quem os conhece diz que, ainda que partilhe do fervor de Jobs pela empresa, o jeito de Cook é totalmente oposto. Jobs é apaixonado, exaltado e emotivo, Cook é calmo, frio e totalmente racion.
Cook entrou para o time da Apple em 1998, depois de passar pela Compaq e pela IBM, logo após o próprio Jobs ter retornado à companhia. Eficiente, tão logo chegou tratou de fechar unidades próprias, vender inventários e tomar medidas para que a empresa reduzisse os custos e continuasse a ser viável; em seguida fez acordos com fabricantes asiáticos para produção de alguns componentes. Foi ganhando a confiança de Jobs até chegar a ser o segundo em comando na Apple.
Racional, disciplinado, entusiasta dos exercícios físicos, o homem das operações, dos números e da eficiência - mas não da criação. Como desta vez não se sabe por quanto tempo Jobs ficará fora da empresa - e já há quem diga que talvez ele não volte -, Cook parece fadado a se tornar o próximo CEO de uma das mais importantes companhias de tecnologia do mundo. Especula-se quem manterá a inovação e a criativade que sempre caracterizaram a Apple, já que Cook é gestor mas não criador. É esperar para ver.

Wednesday, January 19, 2011

BuscaPé busca startup de R$ 1 milhão para investir

Romero Rodrigues, fundador do site de comparação de preços, anuncia no Twitter que está em busca de um novo sócio


São Paulo - O BuscaPé está em um busca de uma “startup de 1 milhão de dólares”, na qual fará um investimento de 300 mil reais
O programa se chama “Sua Idéia Vale um Milhão” e seu regulamento deve ser detalhado dentro de 15 dias. 

“Tô procurando um novo sócio. E pode ser você!”, anunciou Romero Rodrigues, fundador do site de comparação de preços, no seu Twitter.

O BuscaPé vai comprar uma participação de 30% da ideia selecionada em troca do investimento. O perfil de startup que a empresa procura deve ser detalhando quando o regulamento completo for publicado.

O próprio Buscapé nasceu como uma startup, no ano 1999,  com um investimento modesto: 400 reais mensais tirados do bolso do então estudante de engenharia elétrica Romero Rodrigues e três colegas, para manter o site no ar. 

Dez anos mais tarde, os quatro fundadores venderam 91% das ações do negócio por nada menos que 342 milhões de dólares ao grupo sul-africano Naspers. Como parte do acordo, Rodrigues permaneceu no comando da companhia. O BuscaPé é o maior site de comparação de preços da América Latina, com mais de 65 milhões de acessos mensais.

Fonte: Exame

Tuesday, January 18, 2011

Leilões de centavos: descontos, plágios e uma pitada de sorte

Por Ricardo Zeef Berezin, do IDG Now!


Sites do gênero se multiplicam pelo Brasil, oferecendo aos usuários a oportunidade de pagar pouco e ganhar muito, ou gastar muito e não levar nada.

Os sites de leilões de centavos, tal qual os decompras coletivas, vêm se proliferando pelo Brasil – o Vigilante dos Leilões lista 29 deles, entre ativos, provisoriamente inativos e encerrados. Muitos empreendedores, enxergando a oportunidade de ganhar dinheiro fácil, investem no modelo, crentes de que, em pouco tempo, terão muito o que comemorar.
Mas, tal qual em uma loteria, só o provedor dos bilhetes e o vencedor do sorteio ganham; todos os outros perdem. Com os leilões de centavos a coisa é parecida – a única diferença é que o prejuízo para os perdedores costuma ser maior.
Os sites de centavos funcionam da seguinte forma. Os compradores dão sucessivos lances que aumentam em 1 centavo o valor a ser pago pelo produto. No entanto, cada lance não custa 1 centavo, e sim de 70 centavos a 1 real. Quando um produto fica sem receber lances por um tempo determinado (entre 15 e 30 segundos), ele é finalizado e vendido pelo preço na tela a quem deu o último lance.
Um exemplo de negócio é ilustrativo dos lucros envolvidos - para o lado do site e do ganhador. Um MacBook que começou a ser ofertado no Olho no Click, primeiro portal do gênero no Brasil, aberto em 2008 – às 6h da última quinta-feira (13/01), só foi arrematado às 9h32min: o felizardo pagará 45 reais por ter feito a proposta derradeira, mais até 66 reais pelo número de tentativas – em geral, cada lance custa de 70 centavos a 1 real – e, por fim, 116 pelo frete. Total: 227 reais por uma máquina que, embora não seja a versão mais nova, em 2010 era encontrada nas lojas por 2600 reais.
A questão é que muitos usuários gastam mais de cem lances em uma mesma oferta, e quando percebem o quanto já despenderam, em geral se recusam a parar. Sim, lembra um jogo de azar. O leilão do iPad 3G de 16GB, oferecido no mesmo site, durou mais de oito horas – só foi finalizado ás 5h15min da quinta-feira – e o usuário terá de pagar até 1760 reais por ele, muito por causa das suas 1563 propostas. Ainda valeu a pena, já que o preço oficial é de 2049, mas e se tivesse perdido? Quando passou de mil tentativas, deve ter percebido que não podia mais largar, mas, provavelmente, precisou competir com outros usuários que se excederam e pensavam da mesma maneira.
Enquanto isso, o Olho no Click – que arrecadou 5 milhões de reais em 2010 e projeta 10 milhões para este ano – pode ter arrecadado o aparelho por até 11.500 reais (basta multiplicar o valor final por 100, para ter o número de arremates, e somar o resultado ao preço da última proposta e ao frete cobrado). Um senhor negócio.
No fim das contas, haverá um usuário contentíssimo por ter em sua casa uma TV LCD e um MacBook, tendo gasto menos de mil reais. É capaz de vermos sua imagem sendo veiculada nos portais de leilões de centavos junto a uma declaração valorizando o feito e o serviço – publicidade já usada por quase todos eles. Por outro lado, muitas pessoas perceberão, ao fim do mês, que suas contas bancárias estão menores, mas, em troca, não receberam nada.
Descontos aos descontentes
Para os que gastaram muito, mas não conseguiram nada, alguns portais lançaram uma tendência: descontos proporcionais. Assim, os reais gastos com lances podem ser recuperados comprando produtos do próprio site.


A princípio, parece estranho, afinal, é justamente com o dinheiro gasto em vão que esses sites de leilões lucram. Mas basta uma pequena investigação para perceber como o modelo funciona. Antes de mais nada, os descontos não são cumulativos, ou seja, se o usuário fez 20 propostas pelo iPad já citado, poderá usá-las, apenas, para comprar este mesmo produto por um preço até 20 reais menor. Nada de juntar tudo e adquirir um Playstation 3 no final do mês.
Outro truque é que os descontos são praticados sobre o “preço de mercado” estipulado pelos próprios portais. O tablet da Apple de 16GB, com 3G, segundo o Olho no Click, custa 2500 reais. No próprio site da Apple o dispositivo está por 2050 – em algumas lojas, chega a ser encontrado por 1850. Enfim, se supusermos que o usuário fez 200 propostas (com valor de 1 real por lance), pagará 2300 por ele. Além disso, o tempo para a entrega é de até 20 dias, mas, dependendo dos fornecedores e do local do destinatário, pode demorar até 30.
Outro portal que também diz oferecer o mesmo privilégio é o recém-inaugurado Bidy. No entanto, ele adota o mesmo modelo de preços fora da realidade de mercado. Uma TV LED de 40 polegadas da Philips, cujo leilão ocorreu na última terça-feira (11/01), tinha o valor de 3.799 reais. Enquanto isso, na loja virtual Shoptime, encontra-se o mesmo aparelho por 2199. Portanto, o usuário, na ânsia de evitar o prejuízo, pode ter um ainda maior.
Segundo Fernado Wolff, diretor de marketing do Bidy, o preço estimado não leva em conta “promoções pontuais”. Eles pesquisam na Internet as lojas que vendem o produto por seu “valor de mercado” e calculam a média. Assim, resolvem o quanto os usuários terão de pagar caso decidam comprá-lo. No caso da TV da Philips, justificou, há o agravante de ela ter sido anunciada um mês antes, por isso a grande diferença entre as cotações.
A possibilidade de adquirir o produto depois do leilão não se aplica a todos as ofertas. O Olho no Click afirma que só as que estiverem sinalizadas com o desenho de um carrinho de compras terão tal condição – até 25% de desconto – mas não encontramos nenhuma no momento de nossa pesquisa. O Show de Centavos usa símbolo semelhante, e todos os produtos estavam marcados – alguns podendo ser comprados com abatimento integral, o que pode valer a pena. Já no Bidy, não há como saber – nos “Termos e Condições” só se lê que “em alguns leilões” o site pode oferecer “por iniciativa própria” uma “opção (de) comprar com desconto” – entretanto, o responsável pelo serviço afirma que, “salvo algumas exceções”, todas as mercadorias se valem da vantagem. Com o Bidshop é a mesma coisa, mas o banner no site deixa explicitado que “todos os lances viram 100% de desconto”.
A ideia de oferecer abatimentos é astuta. O próprio Show de Centavos estabelece que o valor do Netbook Megaware com Intel Atom 450N é de 1300 reais, mas um de seus fornecedores, o Comprafacil, vende o mesmo produto por 900 reais. É como pegar suas fichas e, em vez de gastar no cassino do hotel, usá-las no bar. E, ainda por cima, pagar mais pela cerveja.
Termos de uso: copiar/colar
O descaso com os termos de uso e a política de privacidade da maioria dos sites do ramo também chama a atenção. É explícito que poucos portais elaboraram seus próprios contratos; a maioria tratou de copiá-los.
As condições de uso de Olho no ClickMukirana,Leiloeiro Maluco e Bidy, por exemplo, são muito semelhantes - só se trocou o nome da empresa - enquanto que os termos do site Swoggy – que atua em dez países - são iguais aos do Leilões Vip, de Portugal. 
Em resposta a e-mail enviado pelo IDG Now!, em que questionávamos a situação, o Leiloeiro Maluco afirmou que “todos os textos são criados por uma equipe especializada sempre visando atender as necessidades do site e é (sic) modificado sempre que há necessidade”. Em outra mensagem, mais tarde, finalizou: “Pagamos um advogado para que produzisse nosso termo de uso (…) inclusive, o mesmo está em análise (…) pois poderá sofrer algumas modificações em alguns dias”.
Já o fundador do Olho No Click, Arthur D´avila, garante que foi a sua empresa que elaborou o documento – e gastou com isso – mesmo porque, diz ele, não tinha de onde copiar. “Já tivemos de contactar concorrentes, pois em algumas partes do contrato, o nome da nossa companhia era citado (...) mas, a gente não gosta de ficar brigando. Já avisamos alguns; uns mudaram, outros não. Vai de cada um. Mas, se eles estão copiando o meu contrato, há outras coisas que podem estar fazendo também”.
D´avila afirma que foram quase dois anos de estudo e planejamento antes de abrir o portal. “Todos de fora acham que é uma maravilha, mas não é tão fácil assim. Tanto é que alguns concorrentes já começaram a fechar”. “A única coisa que eu gostaria”, complementa, “é que os aventureiros não 'queimassem' o mercado; essa é a nossa preocupação”.
Antiético, mas não ilegal
Segundo o advogado especializado em direito eletrônico e digital, Renato Opice Blum, do Opice Blum Advogados, a questão sobre a ilegalidade da cópia das condições provoca dúvidas. Ele cita o artigo oitavo da legislação dos direitos autorais, promulgada em 1998, que lista as exceções à lei. Os termos de uso, diz, poderiam ser encarados como “procedimentos normativos” ou, no máximo, “esquemas, planos ou regras” para realizar negócios:
“No primeiro momento, não me parece que seria visto como uma obra protegida. Ainda assim, no caso de um entendimento contrário, pode ser constatado a violação de direitos autorais (…) Aí a multa seria calculada a partir do valor do documento, de acordo com o número de acessos ao site. Também pode haver a questão criminal, que é uma pena de  dois a quatro anos de reclusão, segundo o artigo 184 do Código Penal”
“É antiético, mas não necessariamente ilegal. Depende da interpretação, onde exatamente eu encaixaria (em relação à legislação dos direitos autorais); dá margem para a argumentação. Enfim, diria que (em caso de processo) as chances de absolvição seriam de 50%”, concluiu.
Não obstante, as semelhanças entre o Bidy e o Mukirana não param por aí. A sessão “ComoFunciona” de ambos é praticamente análoga, assim como a das “Perguntas Frequentes”.
Sobre isso, Wolff afirmou que, de fato, eles utilizaram alguns sites do gênero “como base”, para que os leilões pudessem começar o quanto antes. Prometeu, no entanto, uma nova interface para esta semana, onde, espera-se, as paridades desaparecerão.
Quanto à Política de Privacidade, entre oos sites visitados, só a encontramos no Swoggy, no Bidshop e no Bidy – a desses dois últimos é idêntica. 
Jogo de azar?
Apesar do nome, é explícito que os serviços descritos não são leilões no sentido literal da palavra. Em um leilão, sabe-se, ganha a disputa quem se mostrar disposto a despender mais que os outros. O vencedor, a seguir, pagará a quantia proposta e, assim, terá o objeto desejado.
Nos leilões de centavos, porém, o vencedor não é quem faz a maior oferta, e, sim, a última. Pior, os responsáveis pelos lances predecessores podem até ter gasto mais do que o felizardo, mas, não só não levarão o produto, como terão financiado a fortuna de seu concorrente. É como se, ao fim da disputa, este tirasse uma nota de dez da carteira, desse ao leiloeiro e saísse com o notebook em mãos – não sem antes passar por uma fila formada pelos outros presentes, todos obrigados a completar o valor combinado pelo aparelho, que, no caso, seria de até 1000 reais.
Em suma, os usuários dos portais citados compram fichas e as apostam, desejando que, com o menor número possível delas, possam derrotar seus oponentes. Perguntado se, desta forma, os leilões de centavos poderiam ser enquadrados como jogos de azar, Renato Blum citou o artigo 50 da Lei das Contravenções Penais:
“Em tese, a lei considera jogo de azar aquele em que o ganho e a perda dependam exclusiva ou principalmente da sorte”. Neste caso “como existe uma contra-argumentação que é importante, já que, na minha opinião, a sorte não atua exclusivamente, no mínimo vão se criar medidas de processo. Uma explicação técnica seria que existe a necessidade de discussão, já que, embora seja uma legislação antiga (decretada em 1941), ela ainda está em vigor. De forma genérica tem-se alguns parâmetros, portanto, a dúvida é real”.
Segundo Blum, um site de leilões de centavos só seria encerrado se um promotor convencesse o juiz de que a sorte atua como o único ou um dos principais elementos da atividade que o portal propicia. “Havendo a dúvida, ele não é fechado”, concluiu.
Em outras palavras, os leilões de centavos estão dentro da legalidade. Pelo menos, até que se prove que o iPhone 4 foi parar nas mãos do usuário apcmarte, depois de mais de 25 horas de leilão e 31.040 lances – tendo ele sido responsável por apenas 49, quando não só é possível, como provável, que outros tenham feito o triplo de ofertas –, por uma questão de sorte; talvez um pouco de estratégia, certa disposição de ficar horas e mais horas em frente ao computador, mas, principalmente, devido a ela, a boa e velha sorte.
Fonte: IDGNow