Monday, February 7, 2011

Brasileiro conta como é trabalhar no Facebook

São Paulo - O brasileiro Rodrigo Schmidt, de 32 anos, trabalha desde 2008 como engenheiro de software do Facebook, uma das empresas de tecnologia mais badaladas do momento.
O gaúcho nascido na cidade de Rio Grande formou-se em ciência da computação na Unicamp, em Campinas (SP), e fez doutorado na escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça. Ele contou à INFO como é trabalhar na empresa de Mark Zuckerberg, na sede de Palo Alto, na Califórnia, Estados Unidos.

INFO:  Como você conquistou uma vaga no Facebook?


Rodrigo Schmidt: Eu estava terminando o doutorado, em 2007, e soube por um amigo que já trabalhava aqui que havia uma vaga. Minha tese, sobre sistemas distribuídos, tinha a ver com o Facebook. Fiz duas entrevistas por telefone e depois tive de vir para Palo Alto [nos Estados Unidos] e passar por mais cinco entrevistas pessoalmente, que enfatizaram muito a parte técnica. Para trabalhar no Facebook, é preciso ter muita sinergia com o produto.


INFO: E qual é seu trabalho?

Schmidt: Sou líder técnico do time da ferramenta de chat. Meu trabalho é organizar metas, dar uma direção para o produto.


INFO: A cultura hacker é valorizada no Facebook?

Schmidt: Não no sentido de explorar vulnerabilidades, mas de valorizar a alta qualidade técnica, de priorizar o código que vai ter maior impacto durante um projeto. Propomos desafios em que os programadores têm tempo limitado para desenvolver desafios e precisam saber o que vão fazer primeiro, com rapidez.


INFO: Vocês enfrentam muitos períodos de “lockdown”, em que Mark Zuckerberg pede esforço extra para concluir uma tarefa?

Schmidt: Nos dois anos que trabalho aqui, só aconteceu duas vezes. Mas hoje em dia, os períodos de lockdown não são tão intensos. Atualmente, cada time tem seus momentos de lockdown, mas é só um jeito de manter o foco em uma só tarefa.


INFO: Tem muita gente jovem trabalhando aí?

Schmidt: Sim, há vários prodígios. Aqui, são valorizadas as pessoas com experiência e capacidade, associadas ou não a um diploma. Afinal, o próprio Mark não terminou a faculdade.

INFO: E o Mark Zuckerberg, ele se envolve muito com os projetos?

Schmidt: Sim, ele sempre está aqui, temos contato direto com ele. Participa das discussões, é muito acessível.

INFO: E o que há na sede para desestressar?

Schmidt: Ah, temos salas de videogame, quadra de basquete, mesas de ping-pong, sala de música com vários instrumentos, um jardim onde fazemos churrasco no verão. Tudo para ajudar a inovar.

INFO: Você costuma ser muito assediado pelas empresas concorrentes?

Schmidt: Sim, recebo muitos e-mails, mas nem chego a ler. Estou contente aqui.


Fonte: Exame

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